Palavras também podem ilustrar imagens.

 Tenho estudado design de ambientes ou de paisagens ou de qualquer outra palavra que você queira usar para a palavra gringa "environment". Achei um curso na internet e tenho assistido as aulas e feito os exercícios. Tem sido um tanto dolorido perceber ao longo dessas semanas tanto as minhas dificuldades técnicas quanto criativas. Também tem sido interessante enxergar meus exercícios e o desenvolvimento deles. Talvez tenha sido a professora de desenho da faculdade que me disse ou que me emprestou um texto que dizia que o primeiro desenho é o que fazemos na mente e que a primeira linha é a que traçamos com os olhos, antes de mover o corpo. 

Meu professor de pintura costumava me mandar pra fora do ateliê de tempos em tempos - ou só pra longe das telas mesmo, pra descansar os olhos. Ao voltar, era sempre muito mais fácil encontrar o que eu procurava nos meus trabalhos. Já faz um tempo que não tenho espaço, ou dinheiro ou tempo para os pincéis, as telas, as tintas e os solventes que fazem parte do universo da pintura tradicional. Ando distante da corporeidade das imagens físicas, do cheiro das tintas e do meu velho moletom de pintura que as vezes visto pra lembrar de algumas coisas. 

A imagem na era de sua reprodutibilidade técnica 2. Imagens que se reproduzem infinitamente a partir de uma matriz que também é mídia, ao mesmo tempo digital e eletrônica. Não sei exatamente o que isso significa. Palavras são ferramentas complexas, como são os significados e suas representações. O que é que significa uma paisagem? O que é que significa uma representação de uma paisagem em uma mídia não física? Qual é a função social do artista contemporâneo? Qual é o objetivo de uma inquisição poética? A quem ela afeta? Precisa afetar? Uma etnografia do público é uma coisa que eu gostaria de ler. As imagens abaixo são os exercícios que desenvolvi ao longo das últimas duas ou três semanas. O objetivo era produzir imagens em tons de cinza, resolvi brincar um pouco com as cores.