Algo assombra Itajuba II.

Pode ter passado por você em algum momento. Se encontra só na maior parte do tempo e não sabe se gosta muito disso ou não. Fala com as janelas que abre pra outros lugares e prefere sair do seu espaço apenas quando o risco de ser encontrado é baixo. Observa. 

À noite, não liga luzes. Quase nunca faz barulho. De tempos em tempos, sai às ruas sem um rumo específico. Senta por um tempo em algum lugar confortável. Se envenena e pensa sobre o mundo, sobre si e sobre o que fazer de agora em diante. O mar chega na praia, o sol se põe. 

Escuta e retorna. Passa por ruas, casas, lojas, pessoas, cachorros e todo o tipo de coisa que existe sem quase nunca ser notado. Não faz questão de ser, pelo menos por enquanto. 

 De tempos em tempos, por milagres causados pelo próprio esforço, encosta em algo ou alguém. E por mais que queira fazer mais disso ainda não encontrou as condições necessárias para fazê-lo de maneira efetiva e consistente. Enquanto aprende e experimenta, permanece. 

Se espalha, se transforma e testemunha. É responsável por ter chegado aonde está e por onde vai estar daqui a algum tempo.