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Não é de hoje que eu aponto que racismo precisa ser assunto de branco.

O conceito de raça como a gente entende hoje em dia é um negócio super recente na história da humanidade e foi elaborado a partir da construção de um coletivo entendido e denominado por algumas pessoas como branquitude. Esse coletivo tem limites imprecisos e suas expressões mudam bastante de acordo com fatores geográficos e econômicos. Ao mesmo tempo, sua expressão independente de fatores geográficos e econômicos carrega em seu cerne a ideologia racista. A ideologia racista é o elemento constituinte da separação humana entre os brancos e não-brancos. O racismo é uma expressão da ideologia racista - entendendo ideologia como o conjunto de elementos que formam a visão de mundo de um sujeito - e ele pode se manifestar de maneiras conscientes e inconscientes. A expressão sociopolítica do racismo é o que se convencionou chamar de racismo estrutural, um conjunto de faltas, dificuldades e impedimentos de ordem pública que fazem parte da fundação das sociedades racializadas, que organizam os m...

Entrar por uma orelha e sair pela outra é fazer um percurso.

Carrego comigo uma crença firme de que poucas coisas são mais estúpidas do que separar os diferentes campos do conhecimento. Esse texto talvez seja de uma maneira ou outra algum tipo de defesa das humanidades ou talvez uma defesa da humanidade em sí. As artes em geral apresentam a muito tempo a ideia de um mundo onde a humanidade é dominada pelas máquinas, Matrix é uma referência bastante acessível - pelo menos pras pessoas da minha geração. Nesse filme a humanidade se desenvolve em uma simulação da vida mediada por um conjunto de máquinas que usam dos humanos como combustível ou alimento para o desenvolvimento da própria vida e talvez esse seja mesmo o ciclo natural das coisas ou pelo menos seja parte da natureza das máquinas.  A Natureza Humana. A capacidade de alterar a realidade a partir da manipulação e do uso do próprio corpo. O manifesto ciborgue. A industrialização do trabalho artesanal. A alienação da técnica. A transformação do sujeito em operador. A revolução das máquina...

Que porcaria é essa? Ou qualquer outra coisa assim.

 Muito tem se falado na coisa toda de simulação e simulacro e a Ana Bandeira se deparada com esse começo de texto ia sublinhar a primeira oração e indicar a seguinte pergunta: quem tem falado isso e aonde? Talvez a Wal me perguntasse porque é que eu escolhi esse espantalho dessa vez e eu as vezes me sinto profundamente cansado de precisar apontar com o dedo literalmente todas as coisas todas as vezes e talvez isso indique mesmo alguma quantia pequena de esquizofrenia. Sai por um tempo com uma mulher que queria muito ficar bem ao mesmo tempo em que não tinha uma definição precisa de bem e quando tentei apontar isso ela me cortou na hora porque não precisava ou não queria ficar filosofando sobre isso.  Espero que ela esteja bem. As vezes eu tenho vontade de colocar algum tipo de ferramenta de auto impacto na ponta de uma marreta e sair por aí estourando a maior quantidade de cabeças possíveis. Tenho plena consciência dos problemas que isso causaria e esse é um dos motivos pelos ...

Não sei o que não sei que lá sustentar o paradoxo.

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As vezes acho que escrever também é um porrão. Tudo pra mim as vezes é um porrão ou uma encheção de saco ou algo que o valha. Sei lá eu li o apanhador no campo de centeio e as vezes eu penso um pouco do mesmo jeito que o Holden mesmo. É tudo uma grande porcaria e eu gosto muito de porcaria e acho porcaria uma coisa muito bonita e tudo o mais. Gastei muito a minha mente litarária escrevendo uns textos espertinhos no instagram esses dias e a ideia de escrever mais um texto espertinho me dá um pouco de vontade de furar as minhas próprias tripas com palitos de churrasco. Querer viver e se divertir e amar e fazer piada e sorrir as vezes parece contraditório com a constatação de que o mundo no qual somos forçados à viver desde o nascimento é uma grande porcaria e ao mesmo tempo acho que se um dia eu for incapaz de sorrir os porcos com certeza ganharam.  As vezes desenho porque acho importante, as vezes porque é preciso, as vezes porque quero, as vezes porque não tenho nada melhor pra faz...

Uma pausa para a escrita

escrevo tudo que escrevo de maneira completamente maníaca e desalinhada em um tipo completamente desregrado de fluxo de consciência. já me perguntei se um formato seria melhor do que outro e a não ser que segure rigorosamente as rédeas da significação sempre acabo escrevendo alguma coisa muito parecida com as palavras que saem da boca de um maluco balbuciante que carrega no peito uma placa enorme onde se pode ler que o mundo já acabou. Tenho pensado bastante sobre essa coisa toda de horror e ultraje nos últimos tempo. Tinha alguma coisa pra escrever aqui sobre o Oscar Wilde e a introdução do Retrato de Dorian Gray e a Luta Desarmada dos Subalternos. tem alguma coisa no cinema de horror e na Heavy Metal e no encontro com o que não escolheríamos encontrar que me parece um ponto importante de inflexão. Também sinto que tem algo importante no encontro com a sombra e no Psicopata Americano e n'A Substância e n'O Apanhador no Campo de Centeio e em House of Leaves e n'Os Despossuí...