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Mostrando postagens de outubro, 2024

O fim é o meio.

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Dia desses falando com Vicente sobre a minha prática recebi um retorno do qual gostei muito: "Tem um quê de excelência né meu". Acho que tem mesmo. Talvez já tenha ficado claro pra quem lê esses textinhos, eu sou um completo maluco dos significados. Acho que um dos primeiros livros que li inteiros foi um dicionário e gosto de olhar pra linguagem pelas raízes. Se não me engano foi Lacan que escreveu em algum momento que somos moldados pela linguagem e essa é uma coisa na qual acredito profundamente. Gosto de pensar sobre as palavras que são usadas na minha direção e penso bastante sobre as palavras que uso também.  Acho engraçado como o uso transforma o significado das palavra e como as vezes algumas raízes acabam com múltiplos sentidos. Me alegra perceber a linguagem como uma coisa viva e ter nela uma das minhas melhores companhias. Me divirto com a linguagem mais do que me divirto com qualquer outra coisa, inclusive quando meu único interlocutor sou eu mesmo, talvez mais nes...

A luta desarmada dos subalternos é um ótimo livro também.

Foi a partir de um relato sobre o Durruti que ouvi falar pela primeira vez na ideia de liderança pelo exemplo. Foi aos poucos, ao longo dos últimos anos que a coisa toda começou a fazer cada vez mais sentido dentro da minha cabeça. Por muitos anos fui um desacreditado crônico, ninguém acreditava em mim e eu não acreditava em mim mesmo. Mas sempre acreditei em algo.  Não lembro quando foi a primeira vez em que ouvi falar em Canudos e lembro do quanto saber da existência dessa experiência mudou meu jeito de ver o mundo. Lembro de quando descobri o papel da ala anarquista na revolução russa, de como ela foi tratada com a consolidação dos bolcheviques no poder e de como isso me fez sentir. Lembro de quando descobri sobre a revolução espanhola, sobre o Malatesta, sobre a Emma Goldman, sobre o julgamento dos oito de Chicago, sobre o Oiticica e sobre uma série de outras coisas incríveis das quais parece sempre que quase ninguém quer falar. Existe uma grande noção difusa, desinformada e eq...

Pronóia!

 Sempre que digo isso as pessoas duvidam um pouco: sou um grande covarde. Passei a maior parte da minha vida fugindo e evitando e desviando do que me assusta porque também já sofri muito com muitas coisas das quais não consegui desviar. Não é difícil me assustar e por algum motivo quase ninguém percebe quando assusto. Acho que um tanto pela postura de malandro e outro tanto pelo modo como o medo funciona em mim.  Em mim o medo parece frieza. Demorei muito tempo a perceber o modo como as minhas emoções tomam conta da minha racionalidade e faz pouco tempo em que descobri que sempre que me sinto muito lógico é porque tem uma emoção escondida pilotando meus pensamentos. Meu pânico parece calma e resignação, quanto pior a crise mais calmo parece meu lado de fora. Do jeito que cresci, demonstrar medo raramente era uma boa opção.  A vida já não é mais como era antigamente, eu também não e algumas coisas demoram mais que outras a mudar. Sempre fui bastante paranóico e o medo irra...

Te escrevi e apaguei.